Para os que depois dos 40 começam uma vida nova... e para todos os outros também...
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre..., tal é a lei."
Para os que depois dos 40 começam uma vida nova... e para todos os outros também...
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre..., tal é a lei."
Que bom é amar sem esperar algo em troca! Amar só pelo prazer que tal sentimento nos proporciona, sem estar preocupado com a recompensa ou reconhecimento!
Que bom é amar! Sentir o bater do coração, sentir a alegria de estar viva e poder desfrutar desse prazer com toda a pureza e simplicidade!
Que bom é amar a vida tal como ela se nos apresenta e enfrentar todas as dificuldades com amor e resignação!
Que bom é amar! Sentir amor por alguém, por todas as pessoas que são especiais na nossa vida, que tornam os nossos dias mais coloridos, que nos fazem ver o arco-íris nos dias de chuva. Que tornam todos os nossos dias especiais e diferentes, pelo simples facto de existirem!
Que bom é amar! Sentir amor por todos os seres, independente da sua raça ou credo e poder espalhar sorrisos e palavras de afecto por todos quantos se cruzam connosco!
Que bom é amar! Como é capaz de nos transformar a vida... e o sentido que lhe damos! Como é capaz de transformar toda a nossa existência!
"Quem é que tem a sorte de ter um amor dele ou dela que ama ou que tem, seja amado ou amada? Tenho eu e conheço muitas pessoas que já têm ou que vão ter. Mas, tal como todos os outros apaixonados e todas as outras apaixonadas, desconfio, com calor na alma, que ninguém tem o amor que eu tenho pela Maria João, meu amor, minha mulher, minha salvação. O amor sai caro - medo de perdê-la, medo do tempo a passar, medo do futuro - mas paga-se sem se dar por isso. Mentira. Dá-se por isso só nos intervalos de receber, receber, receber e dar, dar, dar. Basta uma pequena zanga para parecer que todo aquele amor desmoronou: "Onde está esse teu apregoado amor por mim (de mãos nas ancas), agora que eu preciso dele?" Quanto maior o amor, mais frágil parece. Quanto maior o amor, mais pequeno é o gesto que parece traí-lo. Mas com que alegria nos habituamos a viver nesse regime de tal terror! Maria João, meu amor: o barulho que faz a felicidade é ouvires-me a perder tempo a resmungar e a pedir que tudo continue exactamente como está, para sempre. Que nada melhore. Que não tenhamos mais sorte do que já temos. Que nada mude nunca, a não ser quando mudamos juntos. E que fiquemos sempre não só com o que temos mas um com o outro. É este o tempo que eu quero que dure, tu és o amor que eu tenho. Nunca te demores quando estás longe de mim, tem sempre cuidado, trata-te nas palminhas, que, cada vez que olho para ti, o meu coração cresce e eu amo-te cada vez mais."
Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público' (14 Fevereiro 2013)
"Comportamo-nos como se as pessoas de quem gostamos fossem durar para sempre.
Em vida não fazemos nunca o esforço consciente de olhar para elas como quem se prepara para lembrá-las. Quando elas desaparecem, não temos delas a memória que nos chegue. Para as lembrar, que é como quem diz, prolongá-las. A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida. Devemos tentar aprender de cor quem amamos. Tentar fixar. Armazená-las para o dia em que nos fizerem falta. São pobres as maneiras que temos para o fazer, é tão fraca a memória, que todo o esforço é pouco. Guardá-las é tão difícil.
Eu tenho um pequeno truque. Quando estou com quem amo, quando tenho a sorte de estar à frente de quem adivinho a saudade de nunca mais a ver, faço de conta que ela morreu, mas voltou mais um único dia, para me dar uma última oportunidade de a rever, olhar de cima a baixo, fazer as perguntas que faltou fazer, reparar em tudo o que não vi; uma última oportunidade de a resguardar e de a reter.
Funciona."
Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'