Para os que depois dos 40 começam uma vida nova... e para todos os outros também...
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre..., tal é a lei."
Para os que depois dos 40 começam uma vida nova... e para todos os outros também...
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre..., tal é a lei."
"Você só estará pronto para seguir em frente... quando estiver pronto para parar de olhar para trás."
Quando o passado estiver arrumado no seu devido lugar, é hora de seguir em frente e ver o mundo com outros olhos. É o momento a partir do qual podemos aceitar o que se apresentar de novo perante os nossos olhos.
"Quantas vezes olhamos para um casal, a passear de mãos dadas ou abraçado e nos perguntamos como é que eles se podem amar, sendo tão diferentes? Quantas vezes já pensamos, como é que aquela mulher tão elegante pode amar aquele homem com ar tão desajeitado? Ou como é que aquele homem tão bonito, que parece um deus da beleza pode amar aquela mulher tão destituída de atrativos? Todas as vezes que essas idéias nos atravessam a mente, é porque estamos a julgar o amor pelo exterior. Mas, já dizia o escritor de O pequeno príncipe: "O essencial é invisível para os olhos."
A propósito, conta-se que o avô do conhecido compositor alemão Mendelssohn, estava muito longe de ser bonito. Moses era baixo e tinha uma corcunda grotesca. Um dia, ao visitar um comerciante na cidade de Hamburgo, conheceu a sua linda filha. E logo se apaixonou perdidamente por ela. Entretanto, a rapariga, ao vê-lo, logo o repeliu. Aquela aparência disforme quase a enojou. Na hora de partir, Moses encheu-se de coragem e subiu as escadas. Dirigiu-se ao quarto da rapariga para lhe falar. Desejava ter sua última oportunidade de falar com ela. A jovem era uma visão de beleza e Moses ficou entristecido porque ela se recusava até mesmo a olhar para ele. Timidamente, ele dirigiu-lhe uma pergunta muito especial: "Você acredita em casamentos arranjados no céu?" Com os olhos pregados no chão, ela respondeu: "Acredito!" "Também acredito." - afirmou Moses - "Sabe, acredito que no céu, quando um menino se vai preparar para nascer, Deus anuncia-lhe a menina com quem se vai casar. Pois quando eu me preparava para nascer, Deus mostrou-me minha futura noiva. Ela era muito bonita e o bom Deus disse-me: "A sua mulher será bela, contudo terá uma corcova." Imediatamente, eu supliquei: "Senhor, uma mulher com uma corcova será uma tragédia. Por favor, permita que eu seja encurvado e que ela seja perfeita." Nesse momento, a jovem, emocionada, olhou diretamente nos olhos de Moses Mendelssohn. Aquela era a mais extraordinária declaração de amor que ela jamais imaginara receber. Lentamente, estendeu a mão para ele e acolheu-o no fundo de seu coração. Casou-se com ele e foi uma esposa devotada. O amor verdadeiro tem lentes especiais para ver o outro. Vê, além da aparência física, a essência. E assim, ama o que é real. A aparência física pode modificar-se a qualquer momento. A beleza exterior pode vir a sofrer muitos acidentes e modificar-se, repentinamente. Quem valoriza o interior do outro é como um hábil especialista em diamantes que olha a pedra bruta e consegue descobrir o brilho da preciosidade. É como o artista que acaricia o mármore, percebendo a imagem da beleza que ele encerra na sua intimidade. Este amor atravessa os portões desta vida e eterniza no tempo. Este é o verdadeiro amor.
No amor, o homem sublima os sentimentos e caminha rumo à felicidade. Na perfeita identificação das almas, o amor produz a bênção da felicidade em regime de paz."
"Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundas questões sobre o amor, sem poder solucionar as suas ansiedades. Percebeu que, pelo mesmo caminho, vinha nasua direção um velho sábio. E porque não conseguia encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse. Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse: Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família, com base no verdadeiro amor. Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu olho-a com atenção, nos meus pensamentos ela vai-se transformando rapidamente. Os seus cabelos tornam-se alvos como a neve, a sua pele rósea e firme fica pálida e enche-se de profundos vincos. O seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no Infinito. Sua forma física modifica-se acentuadamente e eu apavoro-me. Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas? Naquele mesmo instante, aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor. Dirige-se ao sábio e fala-lhe com voz embargada: Acabo de enterrar o corpo de meu pai, que morreu antes de completar 50 anos. Sofro, porque nunca poderei ver a sua cabeça branca aureolada de conhecimentos, o seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem o seu olhar amadurecido pelas lições da vida. Sofro, porque não poderei ouvir mais as suas histórias sábias, nem contemplar o seu sorriso de ternura. Não sentirei suas mãos enrugadas a tomaras minhas com profundo afeto. Naquele momento, o sábio dirigiu-se ao jovem e falou com serenidade: Você percebe agora as nuances do amor sem ilusões, meu jovem? O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas afeiçoa-se ao ser imortal que o habita temporariamente. É nesse sentimento sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor."
A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que procuramos as belezas da forma física, sem observar as grandezas da alma imortal. O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória. O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa, para prosseguir vivendo e amando pela Eternidade afora.
As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem. Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados. O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre. Mas as virtudes do Espírito que dele se liberta, continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, na ânfora do coração.