Para os que depois dos 40 começam uma vida nova... e para todos os outros também...
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre..., tal é a lei."
Para os que depois dos 40 começam uma vida nova... e para todos os outros também...
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre..., tal é a lei."
Acontece que o conceito comum de amor corresponde de forma quase universal a uma ideia genérica, ambivalente e, tantas vezes, errada, porque tão irreal.
Amar é dar-se. Entregar a própria essência a um outro, lutando em favor dele. De forma pura e gratuita, sem esperar outra recompensa senão a de saber que se conseguirá ser o que se é.
Amar, ao contrário do que julgam muitos, não é uma fonte de satisfação... Amar é algo sério, arrebatador e tremendamente desagradável.
Quem ama sabe que isso mais se parece com uma espécie de maldição do que com narrativas infantis de final invariavelmente feliz...
Cavaleiros valentes e princesas encantadas são, no entanto, excelentes metáforas que pretendem passar a ideia da coragem e da nobreza de carácter essenciais a quem ama.
Ama-se quando se é capaz de se ser quem é, verdadeiramente.
Esta luta heróica pelo valor da essência do outro não está ao alcance de todos.
A maior parte das pessoas são egocêntricas, alegram-se a entrançar os seus egoísmos em figuras improvisadas de resultado sempre disforme a que teimam chamar amor.
Talvez porque assim consigam disfarçar o vazio que é a prova de quão frustrante, frívola e inútil é a sua passagem por este mundo.
Quando alguém ama verdadeiramente, perde-se.
A busca por uma felicidade própria não faz sentido.
Sem tempo nem espaço para pousar a cabeça, aquele que ama oferece-se generosamente ao outro num caminho por onde quase nunca é de manhã.
O sofrimento aparece como a ponte por onde se deve entrar num mundo onde a felicidade não tem nada em comum com os amores daqui.
Amar é cumprir uma vida com força, sentido e valor.
A paz que serve de base ao amor nasce e alimenta-se da certeza que a vida que vivemos não é nossa, foi-nos oferecida com a condição e o propósito de amarmos.
Quando se ama, caminha-se por cima do nada. Mas se, a qualquer instante, se deixa de acreditar e se busca a firmeza de um chão, cai-se imediatamente no abismo por cima do qual antes se voava, num milagre que a inteligência não consegue nem conceber nem abarcar.
O amor não é racional, não é humano. É a verdade pura que não se apreende com a inteligência comum.
As palavras pouco dizem, pouco ensinam, entretém quem não quer viver... é preciso uma grande humildade para se compreender que nem tudo pode ser compreendido.
Acreditar no amor, com o coração, é sentir a força de uma mão intangível, que nos traz, nos leva e, por vezes, nos alenta... outras nos testa pela dor profunda.
Amar é escolher um caminho por entre infinitas encruzilhadas. A eleição de um é a renúncia de todos e de cada um dos demais, através de uma fé que é substância da esperança e tem forma do sonho.
Amar é escolher um caminho e fazê-lo... a partir do nada.
Só pela angústia do amor é que o espírito humano se torna digno de se assenhorear de si mesmo.
A raiz do mal está na inércia dos espíritos que tentam bastar-se a si mesmos... na preguiça – que é o maior de todos os pecados, porque faz com que o homem se contente com o que tem, deixando de querer ser o que é.
Amar é dar a própria vida. De braços estendidos. Numa atitude perante o mundo semelhante à de um mendigo que estende a sua mão à caridade do estranho que passa... a solidão profunda de quem sente a terra tremer-lhe por baixo da alma que lhe segura os pés.
Eis a maior de todas as riquezas: Ser-se pobre por se ter dado tudo. Amar apesar da vontade de ser feliz."
José Luís Nunes Martins, in 'Filosofias - 79 Reflexões'
Ao contrário do que se pensa não é universal, não está ao alcance de todos, muito poucos o mantêm aqui.
Chama-se amor a muita coisa, desde todos os seus fingimentos até ao seu contrário: o egoísmo.
A banalidade do gosto de ti porque gostas de mim é uma aberração intelectual e um sentimento mesquinho. Negócio estranho de contabilidade organizada.
Amar na verdade, amar, é algo que poucos aguentam, prefere-se mudar o conceito de amor a trocar as voltas à vida quando esta parece tão confortável.
Amar é dar a vida a um outro. A sua. A única. Arriscar tudo. Tudo.
A magnífica beleza do amor reside na total ausência de planos de contingência. Quando se ama, entrega-se a vida toda, ali, desprotegido, correndo o tremendo risco de ficar completamente só, assumindo-o com coragem e dando um passo adiante. Por isso a morte pode tão pouco diante do amor. Quase nada.
Ama-se por cima da morte, porquanto o fim não é o momento em que as coisas se separam, mas o ponto em que acabam.
Não é por respirar que estamos vivos, mas é por não amar que estamos mortos.
De pouco vale viver uma vida inteira se não sentirmos que o mais valioso que temos, o que somos, não é para nós, serve precisamente para oferecermos. Sim, sem porquê nem para quê. Sim, de mãos abertas. Sim... porque, ainda além de tudo o que aqui existe, há um mundo onde vivem para sempre todos os que ousaram amar..."
José Luís Nunes Martins, in 'Filosofias - 79 Reflexões'
"Aos sonhos, como aos pesadelos, chega sempre a hora de acordar.
É essencial compreender a realidade, viver de olhos abertos, acolher a simplicidade da vida antes de querer resolver a complexidade do mundo.
Cada um de nós tem o seu lugar no mundo, talvez a ninguém caiba o do centro.
Nas nossas relações com o mundo, com os outros e connosco, é mais sábio aceitar do que impor, admirar do que exibir, amar do que procurar ser amado...
Viver é aprender a ceder. A libertarmo-nos de nós mesmos. Só o nosso espírito nos pode soltar porque só ele nos aprisiona.
Ser autenticamente feliz depende de uma transformação na forma de olharmos o mundo, aceitando-o sem grandes condições e agindo sem precipitações. Cedendo. Cedendo, sempre. Pois que é melhor manter um amigo do que ficar com a razão, mas sozinho.
Há que abrir espaços em nós para que a serenidade que assim se alcança convide a felicidade a fazer do nosso espírito morada sua.
A humildade e a simplicidade são formas de ser, não de parecer.
Um erro comum é querer ser tudo já. Nunca nada chega... e são tantas vezes as saudades a revelarem-nos o verdadeiro valor dos instantes vividos mas já passados.
As pressas atropelam o tempo.
Importa não cair na tentação de querer ser senhor do próprio futuro... e aprender a confiar mais. Cedendo espaço à esperança.
Afinal, quantas vezes uma tragédia, decepção, desilusão ou uma simples despedida, ao invés de serem tristes fins revelam-se, depois, como os pontos de partida das nossas maiores aventuras?"
José Luís Nunes Martins, in 'Filosofias - 79 Reflexões'
"Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção.
Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti.
Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer.
Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo.
Esta tempestade és tu.
Algo que está dentro de ti.
Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra.
Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido.
Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu.
É uma tempestade de areia assim que deves imaginar.
(...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica.
Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba.
O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente.
Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros.
E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza da tormenta ter realmente chegado ao fim.
Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa.
Só assim as tempestades fazem sentido."
Haruki Murakami, in 'Kafka à Beira-Mar'
É isto... Que nunca nos falte a coragem para ultrapassar as tempestades da vida!
"Aprendi que não posso exigir o Amor de ninguém... Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim... E ter paciência para que a vida faça o resto."
"Nem todos temos as mesmas capacidades ou qualidades, o que para algumas pessoas é fácil para outras é quase impossível, mas é, sem dúvida, essa variedade que nos torna, cada um de nós, seres únicos!"
É por isto, muito importante respeitar as diferenças. nem sempre é fácil, mas é fundamental para que qualquer tipo de relação possa existir, saudável e feliz!